15/01/2008
Os dois sabiam que aquilo era um reencontro. Faziam força para se lembrar de onde, de quando, como, em que situação, em que ocasião e mais essas coisas que se apagam da memória na passagem das vidas. Aquele sol já havia borrado as bochechas dela. Ele a viu passando pelo calçadão, ele estava sentado lá pensando na vida, na vida dele, e se preocupou com ela que não havia dormido à noite, mas que estava já àquela hora ali frente ao mar. Os olhos se cruzaram e se perguntaram de onde. Ela continuou andando. Parou. Mas de onde mesmo? Andou. Parou. De onde mesmo? Parou. Ele se perguntando de onde surgira aquela mulher de vestido. Ela se perguntando se havia sido a noite, o sol, os anjos, Iemanjá... Ele a perguntou de onde. De onde? Daqui mesmo. Brasil? Sim, planeta Terra. Aquela mulher entrou na vida dele e ele não sabia mais de onde. Ela entrou na vida dele sem se saber como. Os dois entraram em suas vidas, um na vida do outro, como se quisessem saber por que uma pessoa entra na vida da outra. Ele estava ali. Ela também. E se respondiam a cada dia. Todos os dias. E os olhos continuavam a se perguntar de onde. A cada dia.
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