25/02/2008

Diálogo de eu para eu

eu- Também pudera!
eu'- Sob esta ótica você até poderia ser mais racional...
eu- Como?
eu'- Assim como dois mais dois são quatro, sabe? Ou não?
eu- Ah... talvez seja quatro mesmo...
eu'- Falo de objetividade. Clareza. Traçar objetivos e seguí-los.
eu- ...sim, sim, eu entendo...só não consegui entender até agora onde é que entram os números.
eu'- eles não precisam necessariamente serem levados em conta. É só um exemplo. Uma forma de tornar as coisas mais didáticas. Você não prefere assim?
eu- Gosto de didatismo.
eu'- Viu, está funcionando! Uma sentença dita com clareza! Objetividade!
eu- Tá, amanhã eu juro que vou pensar melhor nisso... vou escrever frases no chuveiro para quando eu estiver tomando banho lembrar da clareza...vou também fazer um desenho e uma musiquinha...que assunto interessante este da clareza, não? É, tem tudo a ver com objetividade...
eu'- Amanhã você o quê??
eu- Eu?

18/02/2008

São minhas, são minhas sim - eu dizia - as palavras. Eu as desformei, informei e depois formei. Todo este processo claramente não é percebido. Pois assim deveria. Mais do que o produto que eu vendo através de minha veludosa voz, mais do que as pontuações clinicamente estudadas e o tom didático - muito em parte por uma distinção rítmica - e os silêncios.

Os silêncios, como pôde ser observado, compõem uma atmosfera de interesse e de admiração.
Aí vem a novidade: que os silêncios querem dizer vazios. Nenhuma outra coisa senão vazios.
Não, não é por não saber a melhor forma de dizer algo. Não.

Novamente, como pôde ser observado, os silêncios denotam a falta do que dizer.
Navegue-me, por favor.