No mato é que se faz a lei
é de comum-acordo a teia da aranha
quando cai bicho ali ninguém reclama
nem se debate, a morte é certa
No mato é que se faz lei
casa de marimbondo ninguém se mete
Saiu de casa? Que se garanta!
use ferrão e seja breve.
No mato se faz lei
formiga grande, maior pedaço
para as pequenas, só os farelos
toda labuta dá resultados.
É só no mato que se faz lei
pode soprar o vento forte
se uma raiz está fraca e cambaleia
tem a floresta pra sustentar.
30/07/2007
29/07/2007
Álea
flor do campo
noite branca
brisa leve, sol no rosto
tudo passa
a vida é boa
voam os sonhos pela janela
Ah...
se Álea soubesse
que o seu viver
faz-lhe tão bela
Ah...
se Álea soubesse
que dos seus olhos
nascem as palavras
Ela diria, com pés no chão
no rosto o jeito de quem sabe
sem mais palavras, com precisão
pontuaria:
"- A vida é isso."
à queridíssima Álea
noite branca
brisa leve, sol no rosto
tudo passa
a vida é boa
voam os sonhos pela janela
Ah...
se Álea soubesse
que o seu viver
faz-lhe tão bela
Ah...
se Álea soubesse
que dos seus olhos
nascem as palavras
Ela diria, com pés no chão
no rosto o jeito de quem sabe
sem mais palavras, com precisão
pontuaria:
"- A vida é isso."
à queridíssima Álea
o beijo
Uma criança
tão frágil que mais parecia um boneco de palitos.
Uma criança-palito deitada na cama.
Os pés pra fora tiquetaqueando o tempo.
Os pés gelados não se encomodavam com o frio,
ela viria para os cobrir...
A luz acesa, os olhos abertos.
Denovo os pés para espantar o sono
E a longa espera.
De súbito o pai
sem devaneios:
- Aconselho-te a apagar a luz.
tão frágil que mais parecia um boneco de palitos.
Uma criança-palito deitada na cama.
Os pés pra fora tiquetaqueando o tempo.
Os pés gelados não se encomodavam com o frio,
ela viria para os cobrir...
A luz acesa, os olhos abertos.
Denovo os pés para espantar o sono
E a longa espera.
De súbito o pai
sem devaneios:
- Aconselho-te a apagar a luz.
16/07/2007
10/07/2007
masculinidade, quiçá feminino
na pele pelos cabelos
pés caminham destino
automóvel move chão
milhão de cantinhos possíveis
que na massa molda não
membro enxerto ereto sei
mete o pé como se mão.
dedo casa com aperto
arrocha a rosa cantiga
que nem mama nem balança
nem arranha nem a come.
tem a fome mas não morde
brinca desse olho-no-olho
conta contas com moedas
entra nela perde ela.
na pele pelos cabelos
pés caminham destino
automóvel move chão
milhão de cantinhos possíveis
que na massa molda não
membro enxerto ereto sei
mete o pé como se mão.
dedo casa com aperto
arrocha a rosa cantiga
que nem mama nem balança
nem arranha nem a come.
tem a fome mas não morde
brinca desse olho-no-olho
conta contas com moedas
entra nela perde ela.
04/07/2007
à vera
um dia o vento parou pra dançar
fez do sol seu parceiro de valsa
dourou cor-de-rosa a aurora
cantou
a luz que surgiu desse encontro
melodia sutil desse canto
cegou o homem
cresceu a flor
Do que o dia parou pra sentar
levou ela sua bela lança
rompeu com um abraço o fogo
lutou.
o embate se fez sobre a terra
o amor encantou-se à vera
verteu sobre o mundo
sonhou.
à amiga-irmã Vera...
fez do sol seu parceiro de valsa
dourou cor-de-rosa a aurora
cantou
a luz que surgiu desse encontro
melodia sutil desse canto
cegou o homem
cresceu a flor
Do que o dia parou pra sentar
levou ela sua bela lança
rompeu com um abraço o fogo
lutou.
o embate se fez sobre a terra
o amor encantou-se à vera
verteu sobre o mundo
sonhou.
à amiga-irmã Vera...
03/07/2007
Francine
Chisloucava a noite inteira,
chisloucando feito doida,
rusminando.
Engasgando a saliva que vinha
comia o vento e o ar.
Golfava os bois de dentro,
carcospia-os pra fora
às vezes sujando as saias,
às vezes crispando o olho.
Era toda assim toda.
Impedia qualquer passagem
de sopro de cotovelo
de língua amorfa e tempestade.
Tinha uma certa leveza dela
de beleza, de certeza.
Só não sabia fazer mistérios.
Falava um beijo, ficava feito.
De tudo um pouco é o que diziam,
assim descia pela goela:
olhava os postes, ela passava
nua e crua a graceiar pela rua.
chisloucando feito doida,
rusminando.
Engasgando a saliva que vinha
comia o vento e o ar.
Golfava os bois de dentro,
carcospia-os pra fora
às vezes sujando as saias,
às vezes crispando o olho.
Era toda assim toda.
Impedia qualquer passagem
de sopro de cotovelo
de língua amorfa e tempestade.
Tinha uma certa leveza dela
de beleza, de certeza.
Só não sabia fazer mistérios.
Falava um beijo, ficava feito.
De tudo um pouco é o que diziam,
assim descia pela goela:
olhava os postes, ela passava
nua e crua a graceiar pela rua.
No seu rosto o céu se encerrava de azul. Bonito de ver! Tirava as palavras de uma bolsinha miúda, e assim distribuía, até ficarem grandes. As palavras... vez em quando as comia, as lambia feito a mãe com filhotes. Tinha um tom assim tranquilo de ser não sendo, de fazer fazendo, de ver. E tudo se enchia em seus olhos, tudo ficava tão certo... até eu.
para Cristóvão
02/07/2007
O dia em que algo se fez presente
A luz se apagou depressa
E levou
Aquilo que mais precioso se fazia ali
Ela
Luz
Num dia se foi
E como um ruído de silêncio
Calou
A vida
Tornando o mundo ao redor silêncio
Viveu
Morreu
Sofrendo comigo a dor da partida
Feliz de estar assim reluzente
Como o agora
Como a ferida
No peito faltou um buraco
Faltou a falta
Saiu
Calou
Jamais
A vida
E o dia se fez ausente
E o choro chorou pra dentro
Pra sempre.
A luz se apagou depressa
E levou
Aquilo que mais precioso se fazia ali
Ela
Luz
Num dia se foi
E como um ruído de silêncio
Calou
A vida
Tornando o mundo ao redor silêncio
Viveu
Morreu
Sofrendo comigo a dor da partida
Feliz de estar assim reluzente
Como o agora
Como a ferida
No peito faltou um buraco
Faltou a falta
Saiu
Calou
Jamais
A vida
E o dia se fez ausente
E o choro chorou pra dentro
Pra sempre.
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