03/07/2007

Francine

Chisloucava a noite inteira,
chisloucando feito doida,
rusminando.
Engasgando a saliva que vinha
comia o vento e o ar.
Golfava os bois de dentro,
carcospia-os pra fora
às vezes sujando as saias,
às vezes crispando o olho.

Era toda assim toda.
Impedia qualquer passagem
de sopro de cotovelo
de língua amorfa e tempestade.

Tinha uma certa leveza dela
de beleza, de certeza.
Só não sabia fazer mistérios.
Falava um beijo, ficava feito.

De tudo um pouco é o que diziam,
assim descia pela goela:
olhava os postes, ela passava
nua e crua a graceiar pela rua.

Um comentário:

  1. - depois de tanto tempo lembrei: e aquela vez que inny fez uma foto\poesia chamada francine e eu fiquei tentando me re_conhecer na foto\poesia? e de relance, num instante, às vezes eu pensava até que me via, como num poema\fotografia..

    F.

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar!

Navegue-me, por favor.